O Departamento Municipal de Trânsito de Ananindeua (Demutran) iniciou ontem um estudo para definir o valor da tarifa de ônibus no município, que não acompanhou o aumento fixado para R$ 2 para os ônibus de Belém. A situação tem gerado dúvidas constantes entre passageiros e até rodoviários sobre onde cobrar cada valor.
Por hora, o diretor geral do Demutran, Filippe Bastos, diz que tarifa em Ananindeua permanece R$ 1,85, pelo menos até o parecer da comissão técnica que analisa a tarifa. “A comissão é formada por quatro servidores e, a partir da análise deles, podemos decidir por acatar a nova tarifa ou fazer um estudo sobre um valor mais compatível para Ananindeua, podendo até decidir não aumentar o valor.”
Segundo Bastos, é preciso discutir a tarifa do ponto de vista real do sistema de integração municipal, que é permitido pela Demutran. “Não tínhamos intenção de aumentar a tarifa do município, nem fomos consultados pelo conselho, então decidimos manter o valor de R$1,85 aqui e orientamos que as empresas só podem cobrar R$ 2 quando ultrapassarem o limite entre os municípios e estiverem em Belém”.
Bastos afirma que empresas como a Viação Guajará já tiveram veículos apreendidos por cobrar o valor indevido em Ananindeua: “não importa se a garagem da empresa é em Belém, ele tem que cobrar outra tarifa no nosso município. Se algo assim acontecer a população tem que denunciar. Agora se a empresa de Ananindeua resolver cobrar R$ 1,85 em Belém, para nós está certo, inclusive aguardamos a liminar da Justiça para impedir que a tarifa de R$ 2 vigore aqui”.
No último dia 13, a Prefeitura de Ananindeua entrou com uma ação civil pública, com pedido de liminar, para impedir que o aumento da passagem de ônibus em Belém passe a vigorar também no município.
De acordo com o Demutran, Ananindeua possui 14 operadoras de ônibus metropolitano, sete cooperativas e uma empresa de transporte urbano. O Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Ananindeua e Marituba (Sintram) acha que a análise que o Demutran começou a fazer da planilha homologada pelo prefeito Duciomar Costa é o mais prudente a se fazer no momento. “Nem o Demutran nem nós fomos chamados para a reunião do conselho”, afirmou Reginaldo Cordeiro, diretor do sindicato.
Cordeiro acrescentou que o sindicato irá aguardar o parecer e que apoia a ideia de que não haja reajuste. “O nosso papel é evitar o conflito entre os usuários e os trabalhadores das empresas de ônibus, porque muitas vezes o cobrador vem sendo responsabilizado, mas ele não tem culpa pela mudança da tarifa”.
Para denunciar cobrança irregular, os usuários devem procurar o Demutran, pelo telefone 3346-5450. (Diário do Pará)