Clique na imagem para ler a versão digital do jornal
7/22/2011
Rodoviários exigem segurança no Icuí
Eles dizem que PM só age de dia. À noite, bandidos fazem o que querem.
Rodoviários das linhas Icuí-Ver-o-Peso (13 carros) e Icuí-Presidente Vargas (16 carros), da empresa Viação Forte, interromperam a jornada de trabalho entre 11h e 14h de ontem, em protesto contra os violentos e constantes assaltos aos ônibus. Não faltam relatos sobre violência e medo dentre os 90 trabalhadores das duas linhas, que atendem 60 mil passageiros por dia. Há quem já pense em desistir da profissão diante dos perigos. Os locais mais perigosos do bairro, conhecidos como Pascoal (onde há um igarapé, próximo a um box da Polícia Militar) e a granja perto do Icuí-Laranjeiras, foram batizados de Afeganistão e Faixa de Gaza (áreas de conflito no Oriente Médio), respectivamente. Os horários mais críticos são das 13h às 14h30 e das 18h a 1h15. Moradores que usam os ônibus sequer quiseram comentar o assunto.
O diretor financeiro do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Ananindeua e Marituba (Sintram), Reginaldo Cordeiro, relata que os assaltos são parte da rotina dos rodoviários da linha. A empresa, como todas as outras, não oferece segurança para os veículos e nem nos finais de linha. Alguns foram assaltados mais de uma vez e já ficam com medo de trabalhar. "Quando conversamos com a PM, sempre ouvimos que não há efetivo suficiente para aumentar as rondas. Na terça-feira, 12, um dos carros levou um tiro e está sem vidro. Nem saiu da garagem. Na sexta-feira passada, três carros foram assaltados no mesmo dia. Na semana anterior, foi um assalto por dia", comentou.
Um motorista, que não quis ser identificado, relatou que no mês passado, às 20h, foi assaltado perto da área do Pascoal (o "Afeganistão"). Era o retorno da segunda viagem quando quatro assaltantes invadiram o ônibus. "Um bateu na porta da frente com a arma na mão. Dois entraram por trás, impedindo que os passageiros descessem. Cercaram o carro. Levaram os R$ 70 que estavam no caixa, pertences meus, do cobrador e dos passageiros, uns 20 que estavam, e ainda agrediram algumas pessoas. Eu já pensei em desistir, polis não foi a primeira vez. A base comunitária da PM só funciona de manhã. À noite fica fechada", disse. Histórias como essa são comuns.
Fonte:
Passageiros reclamam de aumento
Em ananindeua
Segundo o Dieese, impacto sobre o salário mínimo será de quase 18%
Começou a valer na madrugada de ontem o aumento da passagem de ônibus para para R$ 2 em Ananindeua. Nos carros, os cartazes indicando dois preços diferentes foram substituídos por outro, com o novo valor. Nas ruas, passageiros não aceitaram a mudança por acharem que a qualidade dos veículos e tamanho da frota não compensam o aumento de R$ 0,15. Por unanimidade, os usuários entrevistados pediram que o aumento seja para melhorar a qualidade do serviço e dos carros. O Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Ananindeua e Marituba (Sintram) também considera o reajuste injustificável diante da qualidade do transporte público do município. Apesar das reclamações, o Departamento Municipal de Trânsito e Transportes de Ananindeua (Demutran) garante que 40 novos ônibus, zero quilômetro, já estão rodando para compensar o valor. Até agosto, a frota terá um total de 86 novos carros.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Estado do Pará (Dieese-PA) aponta um impacto sobre o salário mínimo de 17,61% com o novo valor. Quem pega dois ônibus por dia, de segunda-feira à sexta-feira, vai gastar R$ 96 por mês. O porteiro Isaías Gomes, de 35 anos, disse que o aumento atrapalha e muito para quem ganha pouco, principalmente para quem paga a passagem em espécie, como ele e a esposa. Pegando dois ônibus por dia, de segunda a sábado, o casal desembolsará mais R$ 14,40 ao final do mês. A quantia seria suficiente para comprar um ou dois quilos de carne, legumes, verduras e frutas. Só ontem, enquanto precisou resolver alguns problemas, teve de pegar quatro ônibus. 'Não concordo porque não vale a pena e as coisas não estão fáceis. Quando levo meu filho, tenho de dar um jeito de me apertar e passar com ele na roleta', comentou.
A vendedora Nizete Marques, de 44 anos, soube pelos jornais do aumento, então não se assustou com o novo valor. Porém, ela já tinha créditos no cartão Passe Fácil (vale transporte) então o impacto não foi imediato. Por dia ela pega vários ônibus. 'Meu marido paga no dinheiro e meu filho paga meia passagem. Pelo menos ele está de férias da escola. Mas com certeza vai fazer falta no fim do mês se juntar, assim como vai faltar o do pão de todo dia e do lanche do meu filho. Não concordo com esse reajuste porque os ônibus estão ruins. Tomara que procurem melhorar os ônibus. Não pode só aumentar para o lado das empresas', disse.
Fonte:
Assinar:
Postagens (Atom)