4/26/2012

Rodoviários param por mais segurança


Rodoviários param por mais segurança (Foto: Reprodução / Diário do Pará)
                                     (Foto: Reprodução / Diário do Pará)




Os motoristas e cobradores de ônibus das linhas Curuçambá/Ver-O-Peso e Curuçambá/Iguatemi, da empresa Vialoc, e Curuçambá/UFPA, da empresa Forte, fizeram uma paralisação, quarta-feira (25) à noite, para protestar contra a falta de segurança no final da linha dos ônibus. No total, 36 veículos foram recolhidos para a garagem das empresas entre 19h e 21h, após chegarem no final da linha, na estada principal do Curuçambá. Depois das 21h, não teve mais ônibus para os moradores do bairro.

O protesto envolveu 72 motoristas e cobradores que trabalham nos ônibus das três linhas. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Ananindeua e Marituba (Sintram), Márcio Amaral, a média de assaltos e tentativas de assaltos “é de praticamente um por dia” no final da linha. Ele disse estar recolhendo os Boletins de Ocorrência (BOs) feitos pelos trabalhadores na polícia, para provar às autoridades a realidade que eles enfrentam todos os dias.
Na última tentativa de assalto registrada no local, na noite de segunda-feira, dois bandidos em uma moto atiraram no ônibus, tentando acertar o motorista, que arrancou quando percebeu a ação criminosa.

“Nós queremos chamar a atenção não só da polícia, mas também das empresas que têm que dar condições dignas e de segurança de trabalho”, afirmou o presidente do Sintram. Segundo ele, há ainda o problema da iluminação precária e das vias esburacadas do bairro. Segundo a empregada doméstica Maria Evonete Cardoso, os marginais quebram as lâmpadas dos postes para assaltar as pessoas.

Os rodoviários querem que a Polícia Militar reative o PM Box construído pelos próprios moradores no local - abandonado há cerca de sete anos – e coloque uma viatura de plantão no horário das 19h à meia-noite, quando acontece a maioria dos assaltos. “Infelizmente, a gente tem que tomar essa atitude antipática, mas os próprios passageiros e moradores sabem da falta de segurança”, diz Amaral.

Os moradores da área próxima ao final da linha, apesar de se sentirem prejudicados com a falta de transporte, aprovaram o protesto dos rodoviários. “Por um lado, eles estão certos porque pelo menos estão forçando as autoridades a olharem para cá”, afirmou o montador Carlos Wagner. “A população vai ser prejudicada, mas essa é a única maneira de chamar a atenção. Se não for assim, não se resolve nada”, disse o autônomo Clóvis Moraes Freitas.

O estudante de Geografia da UFPA Joandresson Barra, que mora no Vasquinho, acredita que a situação só vai se resolver se “sentarem juntos a comunidade, os rodoviários, a PM e os representantes do município”. Ele contou que no Vasquinho também há um PM Box construído pela comunidade que nunca foi ocupado, apesar dos ofícios enviados para a Polícia Militar. (Diário do Pará)

Fonte - http://www.diarioonline.com.br/noticia-198549-rodoviarios-param-por-mais-seguranca.html

4/25/2012

Ônibus do Curuçambá podem parar na noite de hoje


No final da linha do Curuçambá, motoristas e cobradores exibem o furo de bala que teria atingido um dos veículos semana passada, durante tentativa de assalto. O pequeno cômodo onde fica o fiscal, ao lado de um PM Box desativado, já teria sido assaltado seis vezes. Segunda-feira (23), dois ônibus da linha teriam sido roubados, segundo motoristas. A insegurança e os crimes constantes são os motivos que levaram o Sinatram (Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Ananindeua e Marituba) a organizar uma paralisação a partir de hoje, às 19h, das linhas Curuçambá – Ver-o-Peso, Curuçambá – UFPA e Curuçambá – Pátio Belém.
Neia Moura, 31 anos, doméstica, depende do Curuçambá – Pátio Belém e afirma que a paralisação irá atrapalhá-la. “A gente não tem outra opção para ir para Belém. Vai ser horrível”, reclama a doméstica. Raquel Passos, 36 anos, estudante, também depende dos ônibus para sair do bairro. Ela entende que a paralisação pode aumentar a segurança dos veículos, mas acredita que não é justificável. “A gente sabe que tem muitos assaltos, mas acho que a gente não pode ser prejudicado por causa disso”, opina a estudante. “A partir das sete da noite, o final da linha fica muito perigoso. Quase todo dia assaltam um. A gente não tem segurança nenhuma para trabalhar”, protesta um motorista que não quis se identificar. Outro motorista afirma que, por pouco, não foi assaltado anteontem. “Os bandidos chegaram e falaram que iam assaltar três carros. Dois eles assaltaram, o terceiro era o meu”, denuncia.
Representantes do sindicato dos rodoviários e das empresas responsáveis pelas linhas devem ser reunir ainda hoje à noite. A expectativa é que a negociação tenha como resultado reforço na segurança do final da linha e nos veículos. De acordo com a assessoria de impressa do Sinatram, apenas neste mês, os ônibus das linhas já foram assaltados 12 vezes.


Justiça autoriza Transuni a circular frota para não prejudicar usuário
Uma liminar concedida pela desembargadora Eliana Rita Abufaid, no último dia 19, garantiu o retorno da circulação dos ônibus da Transuni em Belém. A empresa estava impedida de operar desde o dia 6 de março, após determinação do juiz titular da 2ª Vara de Fazenda Pública de Belém, Marco Antônio Castelo Branco. A magistrada, em exercício da presidência do Tribunal de Justiça do Pará (TJE-PA), acolheu os argumentos da Companhia de Transportes de Belém (CTBel), que sustentou que a Transuni opera desde 2008 por áreas que antes não contavam com o transporte coletivo. Além disso, 40 mil usuários foram prejudicados.
Ao todo, a Transuni opera um total de dez linhas de ônibus que atendem os bairros do Tapanã, Jardim Sideral, conjunto Eduardo Angelim e também os distritos de Outeiro e Mosqueiro. Para o presidente da empresa, Ismael Andrade, a suspensão dos serviços interessava apenas a um determinado grupo que tenta “monopolizar” o transporte coletivo da capital. A Transuni se formou da união de 18 cooperativas que faziam o transporte alternativo irregular.
“Eles perceberam que as linhas que a empresa atende são rentáveis, então isso gerou certo interesse. Porém, nós estamos operando com base num estudo feito pela CTBel, os micro-ônibus circulam por áreas por onde outras linhas não circulavam”, comentou Ismael.
Apesar da suspensão de serviço, Ismael frisou que 40% da frota permaneceram em circulação por Belém. “A decisão não estava muito clara, por isso essa quantidade de ônibus permaneceu em operação. Até porque tem usuários que dependem destes serviços”, justificou. A maior parte dos usuários ainda não sabe da liminar expedida pela desembargadora. Este é o caso da funcionária pública Sara Nunes, 30 anos, que aprovou o retorno da frota às ruas. “Serão mais ônibus circulando. A gente espera muito tempo na parada e à noite é muito pior”, comentou.
No Terminal de Integração que fica ao lado da garagem da Transuni, na rodovia Arthur Bernardes, poucos usuários e muitos ônibus parados. Para a passageira Sidna Alcântara, este já foi o sinal de que a frota já estava circulando completa, porque há algumas semanas ela afirma que o cenário era diferente no local. “A gente vinha para cá e esperava mais de meia hora pelo coletivo. A alternativa era pegar van para não chegar atrasada ao trabalho. Eu gastava quase 10 reais com transporte todos os dias”, ressaltou.
A CTBel ainda não foi notificada oficialmente da decisão, mas já antecipou que não irá se pronunciar a respeito. A assessoria de imprensa do TJE também informou que a desembargadora não deverá se manifestar.
VALIDADOR
Mesmo com a determinação que garante a operação da frota pela capital, o presidente da Transuni, Ismael Andrade, acredita que apenas uma parte do problema foi solucionado. Falta o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Belém (Setransbel) liberar o validador digital – aparelho que é usado para o Vale Digital. “Nós estamos tentando dialogar com o Setransbel para conseguir a liberação do validador e instalarmos em nossos micro-ônibus. Tem usuário que deixa de usar o nosso transporte porque não pode pagar a passagem com o Vale Digital”, informou Andrade.
A mesma reclamação fez o motorista Arimater Lima, que afirmou que com o validador vai melhorar o serviço prestado à população. “A gente para e as pessoas perguntam se aceita Vale Digital. Como não temos o equipamento, perdemos o passageiro e ele fica mais tempo na parada esperando por outro coletivo”, comentou. Ontem, Ismael ia tentar agendar uma nova reunião com o Setransbel para solicitar novamente o equipamento. Ele disse que, se o sindicato não liberar os aparelhos, poderá entrar com uma ação na Justiça. A reportagem procurou o Setransbel, mas ninguém atendeu às ligações. (Diário do Pará)

Ônibus do Curuçambá podem parar na noite de hoje (Foto: Mauro Angelo)


(Foto: Mauro Angelo)