Hoje, se um dos veículos sofrer alguma pane, todo o sistema seria paralisado. Para permitir a ultrapassagem, será necessário derrubar as muretas de contenção que consumiram mais de R$ 14 milhões. Estão sendo estudadas também novas formas de acesso às estações e vias de escape para o caso de um acidente exigir, por exemplo, o tráfego de ambulâncias na área.
As mudanças estão sendo desenhadas por um escritório de arquitetura da própria construtora responsável pela obra com a supervisão de técnicos da prefeitura.
A atual gestão municipal e a empresa Andrade Gutierrez não confirmam, mas o Diário apurou que a prefeitura não descarta suspender o contrato com a construtora e rever a licitação. A obra executada, até agora teria consumido cerca de R$ 100 milhões, dos quais apenas R$ 46 milhões foram pagos. O clima entre a Andrade Gutierrez e o atual prefeito não poderia ser mais azedo. A prefeitura deve R$ 54 milhões. Todo o investimento feito até agora foi oriundo do próprio Tesouro municipal. Fez parte da chamada contrapartida, a parcela de investimentos que caberia à Prefeitura já que o maior volume viria do governo federal. Daqui para a frente, o restante da obra receberia os recursos do PAC e do FGTS que ainda dependem dos ajustes no projeto.
Data para recomeço da obra é incerta
Por que as obras pararam? Quando serão retomadas? Com essas perguntas em mãos, o DIÁRIO foi a campo na última sexta-feira. As respostas estão longe de ser satisfatórias. Amanhã, a Organização Não Governamental Observatório Social de Belém vai pedir formalmente informações sobre o projeto. É o segundo pedido. O primeiro foi protocolado em agosto do ano passado e até agora não houve respostas. Com base na lei do acesso à informação, a ONG comunicou a falta de resposta ao Ministério Público Estadual.
A prefeitura de Belém promete por fim às dúvidas em reunião marcada para a próxima quarta-feira, às 18 horas, no Hangar, onde são esperadas cerca de mil pessoas, incluindo representantes do Ministério Público, dos Tribunais de Conta e da sociedade civil.
Sob o argumento de que os técnicos estão preparando as apresentações que farão na reunião de quarta, fez-se mistério em torno do projeto, mas as informações extra-oficiais são de que, no encontro, a prefeitura deve anunciar uma revisão completa na obra executada até agora para só então avaliar se pagará ou não os R$ 54 milhões devidos à Andrade Gutierrez. “A ideia é que a gente possa tomar decisões em conjunto com a sociedade, da maneira mais transparente possível”, diz o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho. A expectativa é de que as obras sejam retomadas em março.
Por e-mail, a empresa informa qe não se manifesta sobre o assunto e recomenda que as perguntas sejam encaminhadas à prefeitura.
O ex-prefeito de Belém, Duciomar Costa, não foi encontrado para comentar o assunto.
O ex-prefeito de Belém, Duciomar Costa, não foi encontrado para comentar o assunto.
(Fonte: Diário do Pará)