Eles dizem que PM só age de dia. À noite, bandidos fazem o que querem.
Rodoviários das linhas Icuí-Ver-o-Peso (13 carros) e Icuí-Presidente Vargas (16 carros), da empresa Viação Forte, interromperam a jornada de trabalho entre 11h e 14h de ontem, em protesto contra os violentos e constantes assaltos aos ônibus. Não faltam relatos sobre violência e medo dentre os 90 trabalhadores das duas linhas, que atendem 60 mil passageiros por dia. Há quem já pense em desistir da profissão diante dos perigos. Os locais mais perigosos do bairro, conhecidos como Pascoal (onde há um igarapé, próximo a um box da Polícia Militar) e a granja perto do Icuí-Laranjeiras, foram batizados de Afeganistão e Faixa de Gaza (áreas de conflito no Oriente Médio), respectivamente. Os horários mais críticos são das 13h às 14h30 e das 18h a 1h15. Moradores que usam os ônibus sequer quiseram comentar o assunto.
O diretor financeiro do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Ananindeua e Marituba (Sintram), Reginaldo Cordeiro, relata que os assaltos são parte da rotina dos rodoviários da linha. A empresa, como todas as outras, não oferece segurança para os veículos e nem nos finais de linha. Alguns foram assaltados mais de uma vez e já ficam com medo de trabalhar. "Quando conversamos com a PM, sempre ouvimos que não há efetivo suficiente para aumentar as rondas. Na terça-feira, 12, um dos carros levou um tiro e está sem vidro. Nem saiu da garagem. Na sexta-feira passada, três carros foram assaltados no mesmo dia. Na semana anterior, foi um assalto por dia", comentou.
Um motorista, que não quis ser identificado, relatou que no mês passado, às 20h, foi assaltado perto da área do Pascoal (o "Afeganistão"). Era o retorno da segunda viagem quando quatro assaltantes invadiram o ônibus. "Um bateu na porta da frente com a arma na mão. Dois entraram por trás, impedindo que os passageiros descessem. Cercaram o carro. Levaram os R$ 70 que estavam no caixa, pertences meus, do cobrador e dos passageiros, uns 20 que estavam, e ainda agrediram algumas pessoas. Eu já pensei em desistir, polis não foi a primeira vez. A base comunitária da PM só funciona de manhã. À noite fica fechada", disse. Histórias como essa são comuns.
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