Denúncias
sobre a má qualidade do serviço prestado motivou promotora a abrir inquérito
civil público
Ônibus
superlotados e sucateados da capital paraense estão na mira do Ministério
Público do Estado (MPE). O MPE abriu um inquérito civil público na última
sexta-feira (8) para avaliar as condições gerais do transporte público em
Belém, depois de receber uma denúncia encaminhada à Ouvidoria do órgão. A
promotora Elaine Castelo Branco, da 1ª Promotoria de Defesa de Justiça do
Consumidor, solicitou esclarecimentos à Autarquia de Mobilidade Urbana de Belém
(Amub), antiga Ctbel. O MPE quer saber quais medidas estão sendo tomadas pela
autarquia sobre a qualidade dos coletivos. Até a tarde de ontem, a Amub não
havia sido notificada.
As
denúncias que chegaram à ouvidoria do MPE tratavam, segundo a promotora Elaine
Castelo Branco, das péssimas condições de uso dos coletivos. "São ônibus
que param e seus usuários são obrigados a descer, tomando outro coletivo que
fica transbordado e que a porta nem consegue fechar", explicou a
promotora. A primeira medida da promotora foi pedir informações à Amub.
"Solicitei quais as providências estão sendo tomadas sobre as constantes
reclamações e quais os nome de todas as empresas que prestam serviço em
Belém", afirmou Elaine Castelo Branco. A autarquia deverá fornecer as
informações no prazo de dez dias.
A
promotora embasa o inquérito civil público nos princípios constitucionais
descumpridos pelas empresas de ônibus em Belém. Segundo ela, "se os fatos
estão ocorrendo, isso é uma afronta a um princípio básico constitucional, que é
o da dignidade da pessoa humana". Ela complementa, dizendo que há ainda
"falta de respeito à saúde do consumidor, sua segurança e qualidade de
vida". O MPE tem até um ano para encerrar o inquérito. Ao fim, poderão ser
tomadas três medidas distintas: o arquivamento do inquérito, caso nada fique
comprovado; a proposição de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para
regularizar a postura das empresas; ou a criação uma Ação Civil Pública a ser
ingressada na Justiça.
Resposta
- Contatada pela reportagem, a Amub declarou, em nota, que "ainda não foi
notificada pelo Ministério Público e, por isso, não pode se manifestar
oficialmente" sobre o caso. Entretanto, ainda segundo a nota, "tão
logo a notificação chegue oficialmente, a Amub dará pronta resposta às demandas
do MP". O órgão de trânsito municipal ainda argumentou que, a despeito da
solicitação do Ministério Público, a autarquia já "está fazendo todo o
levantamento da situação cadastral e de irregularidades das empresas". De
acordo o órgão, as inspeções resultaram, por exemplo, na autuação da empresa
Viação Princesa Isabel, ainda na semana passada. A partir desta semana, a Amub
se reunirá com empresas de transporte que prestam serviço à prefeitura no
intuito de resolver as irregularidades detectadas e tomar medidas cabíveis.
(Fonte: Amazônia Jornal)
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