Enquanto seguir o caos social no Pará, continuaremos a ter perdas como a do companheiro Alexandre Max
A violência da qual a maioria da população trabalhadora de nossa cidade tem sido vítima chega a níveis alarmantes. De acordo com dados do Sistema Integrado de Segurança Pública no Estado (Sisp), Belém tem uma média de 4 mortes por dia, tornando-se a segunda capital mais violenta do pais. Tal é a situação que até as linhas de ônibus tem seu trajeto comprometido pela falta de segurança que os trabalhadores rodoviários têm que enfrentar todos os dias. Prova disso foi a recente situação no bairro do Distrito Industrial, onde as linhas não conseguiam chegar ao final do ponto em razão dos constantes risocos de assalto.
No último dia 03/08 os moradores do Distrito industrial, a pedido do SINTRAM, participaram de uma reunião com representantes do DEMUTRAN, com as empresas envolvidas (Barata Transportes e Via Loc) e com a Polícia Militar para buscar uma solução para o impasse. Ficou acordado que para garantir a passagem das linhas para o bairro haveria a constante fiscalização da PM na região.
O caso Alexandre Max: quando um trabalhador é vítima da violência
Comentário feito no site do diário do Pará sobre o assassinato do companheiro:
"A insegurança pública hoje já faz parte da rotina do nosso dia a dia, e quem mais corre risco são profissionais que saem de seus locais de trabalho altas horas da noite e aqueles que precisam chegar cedo também em seus locais de trabalho. Os empresários só pensam nos seus lucros. e se os mesmos colocassem uma condução para buscar os profissionais do primeiro horário, é só uma idéia. Por que hoje é assim: Cada um por si, e Deus por todos"."
(Comentário postado em 28/07 Quarta-feira às 14:37h www.diariodopara.com.br)
O problema da insegurança nos fins de linha não é de hoje. No último dia 27/07, o rodoviário Alexandre Max cobrador da linha 40horas/Ver-o-Peso, foi assassinado nas proximidades da Garagem da empresa de ônibus Viação forte, localizada em Ananindeua.
A categoria da linha 40horas/ver-o-peso, onde rodava Alexandre Max realizou uma paralisação com adesão total. Os rodoviários deslocaram todos os ônibus para acompanhar o velório.
Segundos dados do SINTRAM, a violência contra os rodoviários aumentou em Ananindeua, Marituba e Belém, gerando altos índices de trabalhadores com síndrome do pânico e outros transtornos psicológicos. Nessa mesma semana, outro rodoviário foi assaltado quando saída do trabalho no turno da noite da viação Forte, sofrendo várias agressões. “Há cenas chocantes que a televisão noticia até mesmo em cadeia nacional, como o assalto na BR com os reféns, mas o povo trabalhador, todos os dias, sofre com constantes assaltos e outros crimes que nem mesmo chegam a entrar nas estatísticas policiais”, afirma Marcio Amaral, presidente do SINTRAM.
Para o SINTRAM a causa para tamanhas barbaridades é a crise social que assola o Estado do Pará. “Sem emprego, sem escolas, sem renda, sem saúde pública funcionando, o que esperar dessa massa de excluídos que se aglomera pelas esquinas de nossas cidades? São facilmente atraídos para o mundo do crime. Por isso, em nossa pauta também exigimos políticas públicas para geração de emprego e renda em nossas cidades”, completa Amaral.