2/10/2011

Greve na Perpétuo Socorro: Os rodoviários de Belém precisam de uma nova direção


Os rodoviários da empresa Perpétuo Socorro saíram de uma greve de nove dias. A greve mostrou disposição da categoria para lutar e se mobilizar, contra a exploração do grupo Barata. Trata-se da greve mais longa do transporte coletivo nos últimos 5 anos, mostrando a combatividade dos rodoviários de Belém. A categoria provou que tem energia de sobra para derrotar os patrões.

A luta surgiu pela carga horária. A empresa rodava na jornada de 8 horas, diferente do que se aplica nas outras empresas da região metropolitana. Isso demonstra que a patronal está preocupada apenas em garantir seus lucros e privilégios por meio da exploração dos trabalhadores.

Em meio a greve, a justiça atuou para favorecer os empresários ao determinar que 50% dos ônibus deveriam rodar, enquanto          que a CLT fala de apenas 30%. Infelizmente a justiça tem feito o jogo dos patrões nas últimas greves, como vimos na decisão que impediu a greve dos aeroviários e aeronautas.

Apesar de toda a combatividade, a greve terminou com uma dura derrota dos rodoviários. A principal pauta, a garantia da carga horária de 7 horas não foi conquistada e os dias parados foram descontados. Para o SINTRAM, essa derrota se explica em função da péssima direção que está à frente do sindicato de Belém. Altair e seus comparsas da CUT foram determinantes para derrotar os rodoviários. Isso já vem de antes: na campanha salarial de 2009 e 2010, eles foram responsáveis pelos acordos rebaixados em nossa categoria. Na última data-base, o sindicato de Belém não garantiu a assinatura do acordo impedindo que as empresas descumprirem a OJ (Orientação Jurisprudencial) que garante às 7 horas. Por isso surgiu a brecha que levou a empresa Perpétuo Socorro a aplicar as 8h da CLT. Isso só ocorreu porque a direção do sindicato estava mais preocupada em vender a data-base do em que garantir as 7 horas e demais direitos dos rodoviários. Ninguém esquece os R$ 175 mil que Altair e sua turma da CUT receberam dos empresários para impedir a greve em Belém.

SINTRAM garante 7h em Ananindeua
Em Ananindeua, o SINTRAM só assinou acordo quando havia garantia do cumprimento da OJ. A patronal queria uma brecha para aplicar a CLT. Por isso ficamos de maio a novembro lutando para garantir as 7horas e só fechamos o acordo quando não havia margem para manobras com a carga horária. Nossa luta pelas 7 horas começou em fevereiro de 2010 com paralisação na Forte. Nesse período, mesmo antes da data base, já havíamos conquistando, por meio de paralisação, a aplicação de 7h na maior empresa da região metropolitana. Isso garantiria que na campanha salarial de maio toda categoria conseguisse essa vitória. Foi isso que aconteceu em Ananindeua e Marituba sob a direção do SINTRAM. 

É preciso uma nova direção em Belém
Os trabalhadores da Perpétuo Socorro, a garagem mais combativa de Belém, devem tirar uma lição dessa derrota: É preciso uma nova direção para o sindicato de Belém. Caso contrário, os rodoviários continuarão a ter derrotas econômicas e perdas sociais. É preciso uma nova direção, pois com Altair e sua turma, assim como com todos os que estiveram com Natal, não é possível conquistar nada. 

Nos solidarizamos a luta dos rodoviários de Belém e apoiamos a construção de uma oposição combativo, classista e independente dos patrões em Belém, visando reunificar nossos sindicatos e nossa categoria. 

Nessa data-base os rodoviários devem seguir os passos do SINTRAM, fortalecer uma oposição e garantir que uma comissão de base, eleita em assembléia da categoria, dirija a luta em unidade com Ananindeua e Marituba.

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