5/17/2012

Um ano depois do aumento da passagem: o que mudou?


Hoje completa um ano em que a passagem de ônibus na região metropolitana de Belém foi reajustada de R$ 1,85 para R$ 2,00. O sexto aumento consecutivo no valor da passagem (que é reajustada desde 2005) não trouxe melhoria na qualidade do transporte público. Pelo contrário. Com as obras do BRT sendo tocadas, com uma série de questionamentos técnicos e jurídicos, vivemos o pior momento do trânsito de todos os tempos em nossa cidade.
A população está passando horas num trânsito caótico, em ônibus velhos e cada vez mais lotados. As paradas seguem improvisadas, sem cobertura suficiente, expondo a população ao sol e agora, após a justa campanha salarial dos rodoviários, o Sindicato das Empresas de Transporte de Belém (SETRANSBEL) anuncia a necessidade de mais uma vez reajustar o valor da passagem.
De acordo com o noticiado pela imprensa a SETRANSBEL apresentará à Companhia de Transporte de Belém (CTBEL) nos próximos dias proposta de aumento próximo a 16%, o que pode elevar o preço da passagem para algo entorno de R$ 2,10 ou até R$ 2,20. A justificativa é a mesma de todos os anos. Depois da mobilização dos rodoviários, os empresários alegam que precisam repor suas “perdas” com a data-base. Quanta mentira! O Sindicato dos Rodoviários de Ananindeua e Marituba demonstram que mais uma vez os empresários querem enganar a população. De acordo com dados da entidade, um ônibus arrecada em um mês cerca de R$ 42 mil reais. Desse dinheiro, R$ 3,5 mil vai para o salário do cobrador e do motorista e cerca de R$ 10 mil para a manutenção do veículo. Sobram cerca de R$ 30, 7 mil de lucro em um único veículo. 

Se somarmos as 13 mil viagens diárias que os cerca de 1.676 veículos que circulam na região metropolitana arrecadam, veremos uma quantidade astronômica de lucro que os empresários obtêm com um dos piores serviços de transporte público do país.

O prefeito de Belém, Duciomar Costa, é o grande responsável pela farra que os empresários fazem com o transporte público. Duciomar perdoou em 2010 uma dívida de R$ 84 milhões com a SETRANSBEL, reduziu o ISS das empresas de ônibus e não assinou a lei da gratuidade dos ônibus nos domingos. Agora, com a eleitoreira obra do BRT garante uma nova licitação para as empresas e irá impor novo aumento.

A população não deve aceitar mais um aumento para o bolso dos empresários. Exigimos qualidade do transporte e o congelamento da passagem. É preciso que haja audiências públicas para debater melhorias no transporte, no trânsito e sobre as consequências da implantação do BRT. Pior do que está, pode sim ficar, caso a política de conluio entre a prefeitura e os empresários não seja enfrentada pela população.


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